segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Meditações sobre o ser cristão no mundo: Igreja que nasce da Cruz do Senhor


A Igreja é o povo que viu brilhar a luz de Cristo e por meio dele saiu das trevas e veio para a sua luz. Para sua comunidade dos discípulos-missionários, Cristo deixou sua Paz, primeiro fruto do Ressuscitado para os seus e a plenitude de Seu Espírito. É o povo que o Pai escolheu, convocou, reuniu, redimiu, santificou e enviou para continuar a missão de Jesus.
Pelo Batismo somos todos nós incorporados à Igreja de Cristo. E Nele, temos a mesma vocação a única esperança, e a firme certeza de que “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5). Constituídos como povo de Deus a caminho, somos o corpo do qual Cristo Jesus é a Cabeça (cf. 1 Cor 12,27). “Pois fomos todos batizados num só Espírito, para ser um só corpo, e todos bebemos de um só Espírito” (1Cor 12,13).
É por meio da Igreja que a missão de Cristo continua e assim se expressa a vontade do Pai que é de reunir em Cristo todas as coisas (Ef 1,9-10). Iluminada pela luz de Cristo, a Igreja é chamada a ser sempre luz para os povos. À medida que levar adiante a missão de Jesus, a Igreja se constitui como sinal de salvação para todos os homens.

Meditações sobre o ser cristão no mundo: Igreja ícone da Trindade


A Igreja é o sacramento da unidade da Trindade, e, nela, com os seres humanos e dos seres humanos entre si. Pelo sacramento do batismo todos somos inseridos nesta Igreja de Comunhão. Toda a ação pastoral da Igreja tem a missão de sensibilizar os cristãos para nossa realidade de Corpo de Cristo, uma comunidade de fé, de vida no amor fraterno (LG n. 8-9). Assim como o Apóstolo Paulo nos aconselha que embora sendo muitos membros e diferentes funções, muitos dons e carismas, somos um só Corpo em Cristo e por isso todos irmãos conforme a graça conferida (Rm 12, 4ss). 
A Igreja não é uma massa amorfa, é Povo de Deus cujo poder está no serviço especialmente ao menor e aos últimos. Uma Igreja que se propõe a grande missão de alimentar a fé, e recordar a seus fiéis, que em virtude de seu batismo, todos são chamados a manifestar em todos os continentes uma Igreja toda ministerial. O modelo para nós é o mistério de amor da Santíssima Trindade. Este mistério de amor constitui o seu ser. A meta para nossa vida de Igreja consiste em alcançar a comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O nosso tempo se caracteriza pela tendência de se estabelecer uma religiosidade desligada da dimensão comunitária, trata-se um Cristianismo sem Igreja, mas é preciso destacar que a comunhão fraterna numa comunidade concreta é o que distingue a experiência da vocação cristã de um sentimento religioso individual. É nela que se realiza a experiência de fé dos discípulos-missionários (cf. DAp 164). A Igreja é a comunidade dos filhos e filhas de Deus que fazem parte do mesmo Corpo de Cristo (cf. 1Cor 10,17), que se deixam transformar pelo ensinamento dos apóstolos, não se deixam manchar pelas divergências e põem em comum o pão e as orações (cf. At 2,42).
A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”. É o coração dos sacramentos e da vida da Igreja, a Ceia com o Senhor e o dom de Deus e a Deus. Por isso é o momento mais precioso ao qual não se pode negar uma vida cristã. É o que mais caracteriza a expressão católica. Por isso, cada comunidade quando se reúne no Dia do Senhor, deve ter o direito de escutar a palavra e a sua interpretação, e de participar na Eucaristia. “A Igreja que a celebra é ‘casa e escola de comunhão’, onde os discípulos compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão evangelizadora” (DAp 158). Em obediência ao novo mandamento do amor, procuram viver unidos à mesma Cabeça, Cristo, chamados a cuidar uns dos outros (cf. DAp 161).
O aspecto missionário que é parte constitutiva da missão da Igreja, é também oriundo da comunhão trinitária. O amor de Deus que se reflete nas expressões de comunhão, atrai as pessoas para o Cristo (cf. Jo 13,34-35). Para que a Igreja evangelize, é necessário que ele dê testemunho sincero de fraternidade, à luz das primeiras comunidades como encontramos expresso no Livro dos Atos dos Apóstolos. Não existe discipulado se não existir comunhão. Todavia, a comunhão não é nivelação das diferenças, mas justamente comunhão de diferenças pois a diferença não é sinal de desigualdade e sim de riqueza. A “comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si. A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão” (CHL 32, in DAp 163).
A diversidade de serviços e carismas exercidos por uma diversidade de filhos e filhas de Deus é o grande sinal de comunhão: “Cada batizado é portador de dons que deve desenvolver em unidade e complementaridade com os dons dos outros, a fim de  formar o único Corpo de Cristo, entregue para a vida do mundo. Cada comunidade é chamada a descobrir e integrar os talentos escondidos e silenciosos com os quais o Espírito presenteia aos fiéis” (DAp 162).
A nossa vida de cristãos, carregada de diversidade e riqueza das pessoas que estão reunidas em torno de Cristo se torna um fardo pesado a ser carregado a partir do instante em que os dons são vistos como propriedades de quem os exerce e como superiores aos demais presentes na mesma comunidade. Todavia, quando se observa que os dons que trazemos são tesouros de Deus em potes de argila, e portanto, quem nos presenteou é mais importante e que os outros dons são tão importantes quanto os nossos, expressamos o pleno sentido da comunhão: intimidade com Cristo. Jesus mostra isso, quando chama os Apóstolos a viverem em comunhão com ele, quando os reúne para explicar-lhes os mistérios do Reino de Deus e os envia em missão (cf. DAp 154). Esta intimidade se tornará absoluta “na comunhão dos santos, ou seja, a comunhão nos bens divinos entre todos os membros da Igreja, em particular entre os que peregrinam e os que já gozam da glória celeste” (DAp 160).

Meditações sobre o ser cristão no mundo: Igreja identicada com Cristo


O fator que nos torna identificados com o Cristo de Deus é o amor. Apenas a partir dele é que o mundo dará crédito ao que anunciamos: “Todos reconhecerão que sois meus discípulos se tiverdes amor uns para com os outros” (Jo 13,35). O amor jamais pode ser obscurecido em meio aos desafios impostos pelo mundo, ele “não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio” (DAp 138).
Ninguém é discípulo de Jesus apenas porque acha admirável sua personalidade, ou porque o Evangelho tem textos bonitos para o dia a dia. O Cristianismo não é adesão a uma filosofia de vida ou a um conceito bem articulado. Trata-se da adesão a uma pessoa que nos interpela sempre, desafiando-nos a dar um salto qualitativo de vida, segundo o qual sua Palavra que vem de Deus nos compromete com sua pessoa, convidando-nos a uma intimidade com Deus e ao compromisso com sua Palavra. É isto que torna o discípulo parecido com o Mestre. No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino. Contemplar os textos do Evangelho não é um retorno ao passado ou apego a algo distante de nós. Diante dos Evangelhos devemos ver “o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade dos pobres e dos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida” (DAp 139), Esta é a forma que o discipulo e a comunidade encontram para compreenderem  qual é a melhor forma de se identificar com o Mestre.
Como nos ensina a Constituição Dogmática Lumen Gentium, (7e):

“todos os membros da Igreja se conformem com ele, até que Cristo seja formado neles (Gl 4,19). Por isso, somos inseridos nos mistérios de sua vida, com ele configurados, com ele mortos e com ele ressuscitados, até que com ele reinemos (cf. Fl 3,21; 2Tm 2,11; Ef 2,6; Cl 2,12). Peregrinando ainda na terra, associamo-nos às suas dores como o corpo à Cabeça, para que, padecendo com ele, sejamos com ele também glorificados” (Rm 8,17).
 Apenas quando faz a oferta de sua vida ao Cristo é que o seu seguidor está respondendo com amor e vigor Àquele que o amou por primeiro chegando ao extremo da oferta do dom de si (Jo 13,1). Somente assim, é possível a partilha do destino do Mestre, numa oferta generosa na cruz a cada dia.
Neste caminho de identificação com Cristo, não estamos sozinhos. Somos antecedido pelo modelo exemplar de identificação com o projeto divino de reunir em Cristo todas as coisas dado por Maria. Dela aprendemos a fazer em tudo a vontade de Jesus a partir de uma profunda e admirável liberdade de coração (cf. DAp 141). E para esta finalidade, o mesmo Espírito que cobriu Maria com Sua sombra, está conosco pois o Senhor Ressuscitado comunicou à sua Igreja o mesmo Espírito vivificador que o acompanhou durante sua vida e missão (cf. At 10,38). No dia de Pentecostes, o mesmo Espírito se derramou sobre a Igreja e a ela ofertou todos os seus dons. Desde o primeiro instante, o Espírito Santo conduziu,  animou e assistiu a Igreja, sustentou os Apóstolos na oferta da vida, no anúncio da Palavra, na celebração da fé e no serviço da caridade.
 Constituída, fortalecida e marcada pelo fogo do Espírito Santo (Mt 3,11), ela continua a obra de seu fundador, abrindo a todos os povos as portas para os mistérios da salvação (DAp 151). No “templo do Deus Vivo” (2Cor 6,16), É obra do Espírito o ato de modelar todos os crentes à semelhança de Filho de Deus “Desse modo, pela presença eficaz de seu Espírito, Deus assegura até a parusia sua proposta de vida para homens e mulheres de todos os tempos e lugares, impulsionando a transformação da história e seus dinamismos” (DAp 151).
O Espírito que está presente tanto no Cristo cabeça quanto na Igreja, seu corpo, trilha vários caminhos no intuito de modelar o corpo de Cristo na história dos homens: o Vemos presente na Palavra de Deus, nos sacramentos, na graça concedida aos Apóstolos, nas virtudes e carismas que tornam os seguidores de Cristo aptos para sua missão (cf. LG 12). De forma especial, pelo Batismo e Confirmação, “somos chamados a ser discípulos-missionários de Jesus Cristo e entramos na comunhão trinitária na Igreja” (DAp 153). Pois é a própria Trindade que leva à plenitude a iniciação cristã.
Através dos muitos ministérios, o Espírito Santo vai santificando o povo de Deus, presenteando-o com inúmeros frutos porque na vida de Igreja, o Espírito Santo vai “distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz” (1Cor 12,11). “A cada um é dada a manifestação do Espírito para utilidade comum” (1Cor 12,7). Fortalece o povo de Deus por meio dos ministérios e ofícios que servem à evangelização e edificam a Igreja (cf.1Cor 12,28-29), aos discípulos que devem ser também, de forma inegável missionários cabe a tarefa de divulgar “o ministério salvífico do Senhor até que ele de novo se manifeste no final dos tempos (1Cor 1,6-7).
“O Espírito na Igreja forja missionários decididos e valentes como Pedro (cf. Atos 4,13; 13,9), indica os lugares que devem ser evangelizados e escolhe aqueles que devem fazê-lo” (At 13,2)  (DAp 150). Os seguidores de Jesus se deixam guiar pelo Espírito, assumindo as suas implicações dentro do processo de evangelização (Lc 4,18-19), e estas consistem em “anunciar a boa nova aos pobres, curar os enfermos, consolar os tristes, libertar os cativos e anunciar a todos o ano da graça do Senhor” (cf. DAp 52). Retomando Lumen Gentium, devemos reafirmar que o Espírito é a “alma da Igreja” (LG 7g). É ele quem a modela para que ela faça o Cristo nascer no mundo. O Espírito está presente na Igreja e em nossos corações que para Ele são Templo (1Cor 3,16; 6,19). Em nós e na Igreja ele dá testemunho de que somos filhos (Gl 4,6; Rm 8,15-16.26).  Cabe a Ele levar a Igreja à Verdade plena (Jo 16,13). Ele conduz a Igreja mediante os dons hierárquicos e carismáticos, enfeitando-a com seus frutos (Ef 4,11-12; 1Cor 12,4; Gl 5,22).
 O Espírito Santo que o ressuscitado dá sem medida ao mundo por meio de Sua Igreja “identifica-nos com Jesus que é o Caminho, abrindo-nos a seu mistério de salvação para que sejamos seus filhos e irmãos uns dos outros; identifica-nos com Jesus que é a Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e ambições pessoais, e nos identifica com Jesus fonte inesgotável da Vida, permitindo-nos abraçar seu plano de amor e nos entregar para que outros tenham vida nele” (DAp 137).

Meditações sobre o ser cristão no mundo: Uma Igreja que responde ao chamado de santidade


Há uma passagem do Evangelho na qual Jesus lança uma desafiadora missão para seus seguidores, e é justamente nesta passagem em que Ele anuncia o que Deus deseja para o ser humano criado à sua imagem e semelhança: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Por meio de sua Igreja, Jesus disponibiliza para todos os homens os meios necessários para se alcançar o grau de santidade. A santidade da Igreja é fruto da presença salvífica de Deus nela, porque Jesus, o sumo sacerdote se entregou por ela, unindo-a a si como seu corpo e a ela comunicou os dons do Espírito Santo (cf. LG 39).
Nenhum ser humano será santo por suas próprias forças e vontade. Nenhum de nós poderia alcançar a santidade se ela não fosse um dom do alto: “Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1Ts 4,3). Em qualquer condição ou estado de vida, cada um no caminho de sua existência, em meio a suas limitações, são chamados à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai. Buscar a santidade consiste na certeza de que será possível viver a “plenitude da vida cristã e a perfeição da caridade” (LG 40b).
O chamado à santidade é a proposta de Deus para nós. Para que nossa resposta seja coerente é necessária a entrada “na dinâmica do Bom Samaritano (cf. Lc 10,29-37), que nos dá o imperativo de nos fazer próximos, especialmente com quem sofre, e gerar uma sociedade sem excluídos, seguindo a prática de Jesus, que come com publicanos e pecadores (cf. Lucas 5,29-32), acolhe os pequenos e as crianças, cura os leprosos, perdoa e liberta a mulher pecadora, fala com a Samaritana” (DAp 135).
A Igreja é, portanto, sinal e instrumento de salvação entre os homens, (LG 48). Convidando a todos a viverem seu chamado para a santidade e esta salvação passa pela pala acolhida da Palavra revelada, pela vivência dos Sacramentos e pelo serviço aos irmãos, conforme a alegoria do juízo final de Mateus (Mt 25,31-46).

Meditações sobre o ser Cristão no mundo: Desafios de seu tempo


Continua muito presente no mundo, o pecado que foi introduzido pela própria humanidade em sua história. Todavia, onde o pecado abundou, a Graça de Deus foi derramada de forma abundante e portanto, é mais poderosa a presença e a ação libertadora e analtecedora de Deus que vem sempre em nosso auxilio, mostrando-se como um Deus que é amigo de humanidade.
 Por isso, unidos à virgem Maria, no magnificat (Lc 1,46-55), anunciamos todas as maravilhas que nosso Senhor realizou e sempre continua realizando no meio da história de seu povo e por isso, nós nos alegramos em seu amor e em sua misericórdia. Cristo deseja servir os irmãos que sofrem por meio de nossa colaboração e por esse motivo, vem sempre nos convidar por meio da voz de todos eles, através de suas histórias repletas de beleza e dramas. É tarefa da Igreja, a partir de uma postura crente e materna como a de Maria, se fazer presente na realidade de nossos povos, contemplando em seus rostos sofredores e ressuscitados o rosto do Senhor Jesus (EiA 45).
            Para que isto aconteça, a Igreja deve sempre se deixar interpelar numa atitude de abertura e acolhida. E nossa ação do mundo tem sido interpelada pelos diversos rostos de nosso tempo. Somos questionados pelos pobres, excluídos, desempregados, migrantes, pelos que não têm onde morar, pelas vítimas da violência de grupos que se estabelecem em nossas cidades por conta da deficiência da segurança, vítimas da violência da própria polícia, pela juventude e pelas crianças drogadas e prostituídas. Também pelos camponeses sem terra, pelos que buscam sobreviver nas redes da economia informal, os povos indígenas, as mulheres de toda condição que têm sofrido uma dupla exclusão em razão de sua situação econômica e de seu sexo.
            Somos severamente questionados pelos irmãos de outras comunidades cristãs, com quem começamos a orar juntos e a colaborar, caminho para a unidade querida pelo Senhor; e também pelos irmãos de outras confissões religiosas, com os quais está pendente o diálogo e a colaboração mútua. Interrogam-nos também os agnósticos, os ateus e os indiferentes, que vivem a pobreza de desconhecer a Deus em sua vida ou, sabendo dele, prescindem de sua pessoaos ateus e os indiferentes, que vivem a pobreza de desconhecer a Deus em sua vida ou, sabendo dele, prees da economia informal, e de seu amor. Somos interpelados por todos aqueles que estão carentes de esperanças e utopias pois observam perplexos a derrocada de seus velhos sonhos de uma vida melhor. 

Meditações sobre o ser Cristão no mundo: A Igreja Missionária


A V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, especialmente a partir do Concílio Vaticano II é o novo passo do caminho da Igreja. Ela dá continuidade e, ao mesmo tempo, recapitula o caminho de fidelidade, renovação e evangelização da Igreja latino-americana a serviço de seus povos, que se expressou nas conferências anteriores (Rio 1995; Medellín, 1968; Puebla, 1979; Santo Domingo, 1992). Em todas elas, movidos pela ação do Espírito Santo e guiados pela estrela da Evangelização, a Mãe Santíssima, convoca a todos os homens e mulheres a serem discípulos missionários desta Igreja. Levando a salvação de Cristo a todos, superando o sofrimento, as injustiças e as cruzes por uma evangelização que promova a vida e a libertação.
É missão da Igreja anunciar o Evangelho do Reino de Deus pelos quatro cantos da terra (cf. Lc 24,46-48; Mt 28,19). “Cumprir essa missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão testemunhal da vocação mesma” (DAp 144). À luz do Novo Testamento, percebe-se que evangelizar é a vocação primordial, a identidade profunda do povo de Deus (cf. EN 14; DP 348).
São claros os caminhos apresentados pelo Senhor no que diz respeito à tarefa missionária: romper todos os esquemas que separam os homens para acolher a todos sem acepção de pessoas; fazer ressoar o Evangelho; dar testemunho e alimentar a fé; formar discípulos; batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; educando para que sejam capazes de cumprir na liberdade de coração tudo aquilo que Jesus mandou. Isso sempre foi claro desde os primórdios da Igreja. Esta certeza fazia com que os Apóstolos e as primeiras comunidades cristãs estivessem dispostos a entregar a própria existência por conta da verdade do Evangelho.
A finalidade do anúncio não é reproduzir uma espécie de catolicismo para simplesmente encher igrejas (CNBB Doc. 71, nº. 95). A sua finalidade é alimentar uma fé verdadeiramente encarnada, uma fé de convicção, um compromisso inalienável com Jesus e o projeto apresentado por Ele. E por fé encarnada se entenda o anúncio do “nome, doutrina, vida, promessas, do Reino e do mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus” (EN 22), sem motivos para nos envergonhar de nossa fé e de nossas esperanças (Mc 8,38).
Este anúncio que tem como conteúdo o Reino de Deus não pode ser de forma alguma uma adequação de Jesus ao mundo, mas um anúncio de conversão do mundo ao Cristo de Deus, que vem para trazer a salvação.

Meditações sobre o ser cristão no mundo: Uma Igreja Samaritana


            A vida cristã deve ser marcada de uma forma decisiva pela prática da caridade, a nossa vivência do Evangelho e do amor a Deus passam de uma forma inegável pelo encontro com o outro. É no rosto dos nossos irmãos e irmãs que Cristo nos olha a cada dia e de nós exige uma verdadeira coerência com a sua proposta.
Um encontro profundo e verdadeiro com Cristo causa uma mudança profunda no coração do ser humano e depois, de uma forma externa nas relações sociais e do meio ambiente em que cada batizado se encontra, o que aconteceu no coração se torna visivel. A opção fundamental pelo Reino de Deus anunciado e realizado em Cristo torna o seu discípulo livre de estruturas alienantes, de apadrinhamentos, consumistas e de espírito vazio. 
Do encontro com o ressuscitado, nasce em cada um de nós a “solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço [...], principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente acompanhamento em seus esforços por serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação” (DAp 394).
Fortalecidos por esta fé, alimentados pelo Pão da vida que é o corpo de Cristo, fortalecidos e iluminados por sua Palavra, todos os que por Ele foram encontrados sentem em seu coração crescer a certeza de que se faz necessário como uma obra evangélica, dedicar “tempo aos pobres, prestar-lhes uma amável atenção, escutá-los com interesse, acompanhá-los nos momentos difíceis, escolhê-los para compartilhar horas, semanas ou anos de nossas vidas e, procurando, a partir deles, a transformação de sua situação” (DAp 397).

sábado, 18 de agosto de 2012

Nota sobre as próximas eleições


NOTA SOBRE AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

            Caríssimos irmãos e irmãs, estamos nos aproximando das eleições. Por meio do nosso voto, começaramos a lançar as bases do que queremos para os próximos quatro anos de nossa cidade. Já conhecemos os homens emulheres que desejam a nossa confiança para nos representar. Por isso, como Padre de São Pedro e São Paulo em Tibiri II, cabe a mim a responsabilidade de falar o que a nossa Igreja pensa sobre as eleições e sobre o que ela espera que seus fieis lembrem ao longo desta campanha. Para tanto, recorri a uma nota escrita por Dom Fernando Guimarães.Utilizo a nota dele devidamente identificada por aspas e faço os devidos acréscimos para que esta seja mais próxima da realidade de nosso bairro.
           
            1. "A Igreja Católica valoriza a atividade política. " Política não é a arte do adaptar-se a situações e sim "o  exercício público em vista do bem comum da sociedade. Os poderes civis, constituídos pelo voto popular, têm a irrenunciável responsabilidade de se dedicar honestamente ao bom governo da sociedade, na harmonia, na justiça e no respeito pelos direitos de todos."

            2. "A Igreja Católica não tem candidatos próprios, nem recomenda qualquer candidato" como sendo o seu representante. "Já o exercício do voto é um direito e um dever de cada cidadão, e este deve exerce-lo segundo a sua própria consciência." Não existe, portanto, nada que possa obrigar uma pessoa a votar em determinados candidatos! Favores realizados no passado não podem servir como meio para intimar as pessoas a votarem em determinados candidatos.

            3. "Os católicos são convidados a cumprirem este seu dever cívico, com responsabilidade e critério. Para isso, devem analisar com atenção a pessoa de cada candidato, a sua honestidade e probidade pessoal e o seu programa de governo." A história de vida do candidato também é um critério importante porque propostas encontramos com facilidade. Eventuais propostas de governo contrárias à lei natural, à moral e à doutrina católica, bem como uma história de vida que sempre se opôs a Igreja, deve ser critério para que não votemos em determinados candidatos.  Porque certamente, não saberão, uma vez eleitos, separar religião de política!

            4. "É ilegal e imoral vender o próprio voto, em troca de benefícios de qualquer espécie. Como é também imoral e ilegal a tentativa de comprar votos."

            5. "Os locais pertencentes à Igreja Católica" bem como os momentos de encontros de nossos grupos e pastorais "não devem ser utilizados para eventos ligados à campanha eleitoral de qualquer partido ou coligação. Católicos leigos, com cargos de direção nas paróquias e movimentos, se forem entrar diretamente na campanha política, deverão renunciar aos seus cargos eclesiais durante a campanha." Qualquer um de nós pode apresentar suas posições políticas, no entanto, ninguém que pertença a grupos de Igreja deve se valer do grupo para fazer campanha para determinados candidatos.             
                           
6. Aqueles que ao longo dos últimos quatro anos estiveram por fora de nossa realidade, os que sumiram do nosso bairro, não merecem ser lembrados por nós nestas eleições! O mesmo vale para aqueles que somente agora andam por nosso bairro procurando voto, e para os que chegando a exercer algum cargo em alguma gestão não fizeram por onde merecer a confiança depositada. Talvez votar em pessoas que saibamos onde encontrá-las futuramente seja uma forma de manter sob nosso alcance a força do voto dado!

7. Esta Nota seja lida nas Santas Missas dominicais dos dias 19 e 26 de agosto e nas celebrações da palavra feitas em nossas comunidades, permanecendo afixada nos quadros de avisos em toda a Paróquia nos meses de agosto e setembro.


Que Deus abençoe a todos!

Padre Dalmo Radimack

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Renovação dos Ministérios dos Coroinhas

Segunda feira passada, nossa Paróquia vivenciou uma noite cultural na qual cada comunidade pode apresentar um pouco de sua vida e de sua missão. Ontem aconteceu a missa na comunidade Santa Ana e hoje acontecerá a Missa na Comunidade Menino Jesus, dia de São Tarcísio, Renovação dos Ministérios dos Coroinhas a apresentação dos novos ministros da Palavra. Mas a nossa Festa das Vocações continua.


Sábado, continua...

Saindo da Praça do Frei Damião para a Comunidade Sagrado Coração de Jesus a primeira caminhada da juventude! 19:30h 



E você, vai perder?