A V
Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, especialmente a partir
do Concílio Vaticano II é o novo passo do caminho da Igreja. Ela dá
continuidade e, ao mesmo tempo, recapitula o caminho de fidelidade, renovação e
evangelização da Igreja latino-americana a serviço de seus povos, que se
expressou nas conferências anteriores (Rio 1995; Medellín, 1968; Puebla, 1979;
Santo Domingo, 1992). Em todas elas, movidos pela ação do Espírito Santo e
guiados pela estrela da Evangelização, a Mãe Santíssima, convoca a todos os
homens e mulheres a serem discípulos missionários desta Igreja. Levando a
salvação de Cristo a todos, superando o sofrimento, as injustiças e as cruzes
por uma evangelização que promova a vida e a libertação.
É missão da Igreja anunciar o Evangelho do Reino de Deus pelos quatro
cantos da terra (cf. Lc 24,46-48; Mt 28,19). “Cumprir essa missão não é tarefa
opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão
testemunhal da vocação mesma” (DAp 144). À luz do Novo Testamento, percebe-se
que evangelizar é a vocação primordial, a identidade profunda do povo de Deus
(cf. EN 14; DP 348).
São claros os caminhos apresentados pelo Senhor no que diz respeito à
tarefa missionária: romper todos os esquemas que separam os homens para acolher
a todos sem acepção de pessoas; fazer ressoar o Evangelho; dar testemunho e
alimentar a fé; formar discípulos; batizá-los em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo; educando para que sejam capazes de cumprir na liberdade de coração
tudo aquilo que Jesus mandou. Isso
sempre foi claro desde os primórdios da Igreja. Esta certeza fazia com que os Apóstolos e as primeiras comunidades
cristãs estivessem dispostos a entregar a própria existência por conta da
verdade do Evangelho.
A finalidade do anúncio não é reproduzir uma espécie de catolicismo
para simplesmente encher igrejas (CNBB Doc. 71, nº. 95). A sua finalidade
é alimentar uma fé verdadeiramente encarnada, uma fé de convicção, um
compromisso inalienável com Jesus e o projeto apresentado por Ele. E por fé
encarnada se entenda o anúncio do “nome, doutrina, vida, promessas, do
Reino e do mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus” (EN 22), sem motivos
para nos envergonhar de nossa fé e de nossas esperanças (Mc 8,38).
Este anúncio que tem como conteúdo o Reino de Deus não pode ser de
forma alguma uma adequação de Jesus ao mundo, mas um anúncio de conversão do
mundo ao Cristo de Deus, que vem para trazer a salvação.
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