terça-feira, 24 de julho de 2012

Nosso Agosto é de Deus!

O que poderemos esperar do mês de agosto?

Dia 4 de agosto o Padre Dalmo se reúne mais uma vez com Os Impossíveis com o intuito de fazer uma noite super diferente voltada para a Família Católica de São Pedro e São Paulo, Tibiri II, cidade de Santa Rita. Este evento intitulado carinhosamente de Bailão, já faz parte do calendário da nossa Paróquia. Lembrando que no ano passado foram realizados três. O repertório esperado passará por Roupa Nova e contará com músicas de bandas do cenário alternativo como Ludov e Uns e Outros, retomando ainda grandes êxitos dos Bailões passados, sobretudo o segundo Baile.


Todavia, a grande novidade do mês de agosto não é o Bailão, e sim a Festa das Vocações, que será celebrada entre os dias 12 e 15 de agosto deste ano, cuja programação será apresentada completinha no Domingo. O que podemos adiantar é que teremos exposição de temas vocacionais, palestras motivacionais,celebrações, confissões, louvores e a primeira Caminhada Jovem com Cristo pelas ruas de nosso Bairro. Assim marcaremos o mês de agosto como um momento tanto para nossos jovens quanto para nossas crianças que também terão um dia especial esse mês.

Temos assim a oportunidade de promovermos a interação entre as comunidades, bem como a frutuosa participação de nossos jovens.

Tudo será apresentado por completo no domingo, mas por enquanto observe o tema da nossa FESTA VOCACIONAL.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Evangelho do dia 23-07-2012


Evangelho (Mateus 12,38-42)

Segunda-Feira, 23 de Julho de 2012
16ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 38alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. 39Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas.
40Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. 41No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.42No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sábado, 21 de julho de 2012

Homilia para o Domingo dia 22 de julho


A coisa mais difícil é perceber o quanto erramos e quando estamos errados. Todos acreditam ter razão e sempre a culpa é de outros! Já dizia René Descartes que o bom senso era a coisa tão mais bem dividida que todos acreditam ter a porção necessária. Todos acreditam ter bom senso, mas na verdade, todos  justificam os seus pecados e assim permanecem na mesma vida de sempre, sem perspectiva de mudanças  e ainda escondidos dentro de um Cristianismo falho e incapaz de mostrar luzes! Esta incapacidade de ver o próprio pecado nos faz ovelhas sem pastor e doentes perante o nosso próprio futuro.
Estamos no capítulo seis do Evangelho de São Marcos, e este trecho que nos é oferecido pela liturgia deste domingo coloca diante de nossos olhos Jesus imensamente preocupado com o bem estar dos seus discípulos que embora tenham voltados entusiasmado e fazendo relatos de tudo o que fizeram, com certeza, estavam igualmente cansados. É o que podemos perceber devido ao convite do Senhor para que se retirassem com ele. Ao mesmo tempo, temos Jesus compadecido com o povo que parece ovelha sem pastor.
Da parte dos discípulos aprendemos do mestre que todos aqueles que estao no serviço de Cristo necessitam de descanso e de um período de retirada com o intuito de se revisar a vida e assim, romper as trevas que muitas vezes podem envolver a nossa jornada. Aprendemos também que é necessário que nós tenhamos atenção aos nossos familiares, aos nossos amigos, e assim partilhar as alegrias de momentos da vida. É preciso estar saudável para servir ao Senhor, atendendo às necessidades daqueles que se apresentem a nós.
Este Evangelho tem início com a relação de amizade entre Jesus e seus discípulos e em um segundo momento é que podemos perceber que estes, em intimidade com Jesus o veem ensinando ao povo que parece ovelha sem pastor. É o Pastor Jesus que deseja ser o pastor de nossas vidas e com a palavra e o exemplo deseja alimentar em seus seguidores o mesmo desejo de serviço e pastoreio pois somos corresponsáveis por nossas vidas. Eis aí uma lição que precisamos aprender com urgência! O povo que aos olhos de Jesus parece ovelha sem pastor, é o povo sofredor, que tem o futuro negado. Com este povo, Jesus é solidário, ele se compadece e partilha a vida.  Salvar é um ato de bondade de Deus e a  misericórdia divina se estende a todo o ser vivo: repreende, corrige, ensina e reconduz, como pastor, o seu rebanho. Ele Se compadece daqueles que recebem os Seus ensinamentos, e dos que se apressam a cumprir os Seus preceitos. E é justamente neste ponto: a busca de viver a Palavra de Deus é que percebemos a nossa doença porque começamos a acreditar de uma forma perigosa que é errando que se aprende. Não, do erro podemos retirar ensinamentos, mas não podemos admitir que o erro seja o meio para se aprender a viver. Aqui temos o cerne da doença que acomete o ser humano, tal qual ele deveria aparecer perante Deus.
Quem tem saúde não têm necessidade do médico enquanto estiverem bem; os doentes, pelo contrário, recorrem à este, e aqui o que há de mais significativo é que o Pastor é o Médico. E este não se nega a ir ao encontro dos doentes, nem se nega a atendê-los! E neste mundo estamos todos doentes por conta dos nossos pecados, por conta da nossa dureza de coração, da nossa falta de perdão, da nossa falta de atenção aos sofrimentos nossos e os dos outros, pela dificuldade em dizer a verdade, pela nossa facilidade em nos expor e expor os outros, pela falta de amor para com o próprio Deus! Temos necessidade de um Salvador. Nós, os doentes, temos necessidade do Salvador; extraviados, necessitamos de quem nos guie; cegos, de quem nos dê luz; sedentos, da fonte de água viva, porque “quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4,14). Mortos, precisamos da vida; rebanho, do pastor; crianças, de um educador: sim, toda a humanidade tem necessidade de Jesus.
“Cuidarei da que está ferida e tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e forte. A todas apascentarei com justiça” (Ez 34,16). Tal é a promessa do bom pastor, que nos apascenta como a um rebanho, a nós que somos pequeninos. Mestre, dá-nos com abundância o Teu pasto, que é a justiça! Seja o nosso pastor e conduz-nos até à Tua montanha santa, até à Igreja que se eleva, que domina as nuvens, que toca os céus. “Eis que Eu mesmo cuidarei das Minhas ovelhas e me interessarei por elas” (cf Ez 34). “Eu não vim para ser servido mas para servir”. É por isso que o Evangelho O mostra cansado, Ele que se entrega por nós e que promete “dar a Sua vida para resgatar a multidão” (Jo 4,5; Mt 20,28).
Peçamos a Cristo que nossos olhos se abram para percebermos os nossos pecados e assim, conduzidos por Ele possamos mudar nossa conduta e assim alcançar a cura para o pecado que é uma doença mortal!



Padre Dalmo Radimack

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Descobrindo uma espiritualidade da cruz


A descoberta de uma espiritualidade da cruz


Os discípulos seguem Jesus. Pensam que já o conhecem mas, aos poucos, descobrem que em Jesus havia um mistério maior. Ele fala, aconselha e decide diferentemente do que eles esperavam ou imaginavam. O mesmo acontece conosco em relação com outra pessoa. Você pensa que a conhece e, cada vez de novo, ela surpreende, reagindo de um modo diferente do que se esperava ou imaginava. E quantas vezes acontece que julgamos até conhecer as reações de Deus. E depois nos damos conta de que Deus é totalmente diferente do que imaginávamos, e de que estávamos apenas manipulando Deus a nosso favor. Mesmo assim, apesar do desencontro crescente com os discípulos, Jesus não rompe nem desiste de acolhê-los. Pelo contrário, começa a instruí-los para que vençam a cegueira e percebam a causa do desencontro. Começa a falar abertamente sobre a Cruz e sobre o Messias Servo que vai sofrer e morrer.
Na época de Marcos, o problema não era só a Cruz de Jesus mas também a cruz que os cristãos carregavam por causa de sua fé em Jesus: perseguições, brigas com irmãos judeus, incertezas, conflitos internos; havia alguns que queriam abafar o grito dos pobres (cf 10,48). E as cruzes de hoje? Fome, desemprego, falta de saúde, exclusão.
Tantas cruzes!
Marcos procura iluminar a estrada para eles e para nós. Convida-nos a acompanhar Jesus que sai da Galiléia e começa a caminhada à Jerusalém. Os discípulos “seguem Jesus” e enquanto caminham para o calvário, recebem uma longa instrução sobre a Cruz. A instrução está entre duas curas do cego. No inicio, a cura de um cego anônimo (8,22-26). No fim, a cura de Bartimeu (10,46-52). As duas são símbolo do que se passava entre Jesus e os discípulos, pois “tinham olhos e não enxergavam” (8,18).
Jesus os levou para “fora do povoado”, fora das Galiléia, e fez todo o possível para romper o impasse e ajudá-los a recuperar a visão. Na 1ª cura, o cego não enxergou logo tudo. Só numa 2ª vez, Jesus o curou. O mesmo acontecia com Pedro e com tantos outros. Confessando que Jesus era o Messias, Pedro era como o cego de meia visão. Reconhecia em Jesus o Messias, mas Messias sem a cruz!
Na 2ª cura, o cego Bartimeu, como Pedro, reconhecia em Jesus o Messias, pois gritava: “Jesus, filho de Davi”. Este título não era muito bom e foi criticado pelo próprio Jesus (12, 35-37). Bartimeu, porém, não se agarrou ao título e teve fé em Jesus: “Tua fé te salvou”! E no mesmo instante recuperou a vista e seguia Jesus no caminho. Bartimeu não fez as exigências de Pedro, mas soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor
condições. Ele se tornou o discípulo modelo para todos os que querem “seguir Jesus no caminho” em direção a Jerusalém.
Entre estas duas curas está a longa instrução sobre a Cruz através de palavras. Parece uma pequena cartilha, uma espécie de catecismo feito com frases do próprio Jesus. Fala sobre a cruz na vida do discípulo e da discípula de Jesus Crucificado
A instrução consta de três anúncios da paixão, entre os quais há uma série de ensinamentos que ajudam a entender Jesus como Messias Servo. Esclarecem também a
conversão que deve ocorrer na vida dos que aceitam caminhar com Jesus. O conjunto da
instrução tem como pano de fundo a caminhada de Jesus (8,27;9,30-33;10,32) para Jerusalém, onde será preso e morto. O contexto é a Cruz na vida de Jesus e na vida dos
discípulos.




Descobrindo uma Espiritualidade da Cruz - parte II


Os três anúncios da Cruz

Em cada um dos três anúncios, Jesus fala da sua paixão, morte e ressurreição como sendo parte do projeto de Deus (8,31;9,31;10,33). A expressão “deve” indica que a Cruz já tinha sido anunciada nas profecias (cf Lc 24,26). Cada um dos três anúncios é acompanhado de gestos ou palavras de incompreensão por parte dos discípulos. No 1º Pedro critica Jesus, que o repreende severamente chamando de Satanás, isto é, aquele que o desvia do caminho de Deus (8,32-33). No 2º, os discípulos não entendem, têm medo e cada um quer ser o maior (9,32-34). No 3º, eles estão assustados e querem promoção (10,32;35-37). É porque nas comunidades para as quais Marcos escreve havia gente como Pedro: não queriam a cruz! Eram como os discípulos: não entendiam a cruz ou queriam ser o maior; viviam assustados e queriam promoção.
Em cada um dos três anúncios Jesus corrige a falta de compreensão dos discípulos e ensina como deve ser o comportamento deles. No 1º, ele exige: carregar a cruz e segui-lo, perder a vida por causa dele e do Evangelho e não ter vergonha dele e da sua Palavra (8,34-38). No 2º, exige: fazer-se servo de todos, receber os pequenos como se fossem ele mesmo (9,35-37). No 3º, exige: beber o cálice que Ele vai beber, não imitar os poderosos que exploram, mas sim o Filho do Homem que veio para servir (10,35-45). Três vezes Jesus pede silêncio aos discípulos. O povo não tinha condições de aceitar um condenado à cruz como o Messias, pois a ideologia dominante só divulgava a imagem do Messias glorioso: rei, juiz, doutor, sacerdote, general! Só o seguimento poderia abrir o entendimento da mensagem sobre a cruz.

As conseqüências da Cruz na vida dos discípulos

Entre o 1º e o 2º anúncio, há três complementações que ajudam os discípulos a corrigirem suas idéias erradas sobre Jesus:
1- A transfiguração (9,2-10) é uma confirmação clara de que Jesus veio realizar as profecias (Is. 42,1; Dt 18,15). Ele é o Messias glorioso, mas o caminho para a glória passa pela Cruz.
2- Instrução sobre a volta do profeta Elias (9,11-13) concretizada no testemunho e na morte violenta de João Batista.
3- Instrução sobre a necessidade da fé (9,14-29) aos discípulos que não conseguiam expulsar um demônio. Só a oração fortalece a fé do discípulo a ponto de ele ser capaz de expulsar o demônio e de corrigir as idéias erradas sobre o Messias. Pois “Tudo é possível àquele que crê” (9,24).
Entre o 2º e o 3º anúncio há seis complementações sobre as mudanças que devem ocorrer na vida dos discípulos a partir dos vários níveis do relacionamento humano.

1- No relacionamento com os que não são da comunidade, o máximo de abertura:
Quem não é contra nós é a nosso favor” (9,38-40).
2- No relacionamento com os pequenos e excluídos, o máximo de acolhimento. Acolher os pequenos por serem de Cristo e não ser motivo de escândalo para eles (9,41-50).
3- No relacionamento homem-mulher, o máximo de igualdade: Jesus elimina o privilégio que o homem tinha com relação à mulher e proíbe mandar a mulher embora (10,13-16).
4- No relacionamento com as crianças e suas mães, o máximo de ternura: acolher, abraçar, abençoar, sem medo de contrair alguma impureza (10,13-16).
5- No relacionamento com os bens materiais, o máximo de abnegação: “Só uma coisa te falta: vai vende tudo o que tens e dá aos pobres” (10,17-27).
6- No relacionamento entre os discípulos, o máximo de partilha: quem deixar irmão, irmã, pai, mãe, filhos, terra por causa de Jesus e do evangelho, terá cem vezes mais (10,28-31).

Estar sempre a caminho e não parar nunca

Desde o começo até o fim desta longa instrução, Marcos informa que Jesus está a caminho (8,27; 9,30-33). Discípulo é quem segue Jesus nesta caminhada para Jerusalém. É o caminho da entrega, do abandono, do serviço, da disponibilidade, da aceitação do conflito, sabendo que haverá ressurreição. A cruz faz parte deste caminho. Pois num mundo, organizado a partir do egoísmo, o amor e o serviço só podem existir crucificados! Quem faz de sua vida um serviço aos outros, incomoda os que vivem agarrados aos privilégios.
A compreensão plena do seguimento de Jesus só se obtém no compromisso prático, caminhado com Ele. Quem insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem cruz, nunca chegará a ser verdadeiro discípulo. Mas quem souber fazer a “entrega de si” (8,35), quem aceitar “ser o último” (9,35), quem assume “beber o cálice e carregar a cruz” (10,38), este, como Bartimeu, mesmo tendo idéias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e “seguirá Jesus no caminho” (10,52).
A cura de Bartimeu esclarece o ponto de chegada da instrução sobre a cruz. Ele é pobre e cego: um excluído. Não pode participar da procissão que acompanha Jesus. Mas ele grita e incomoda aos que vão na procissão: “Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava mais ainda”. Jesus escuta o grito de Bartimeu, para e manda chamá-lo. Ele larga tudo o que tem (apenas um manto!) e vai até Jesus. Ele tinha invocado Jesus com idéias pouco exatas, porém, acreditou mais em Jesus que o chamou, do que nas idéias que ele mesmo tinha sobre Jesus. Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário (10,52).Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a conseqüência do compromisso assumido com Deus de servir aos irmãos e de recusar o privilégio.
· Você se reconhece na reação dos discípulos diante da cruz?
· Como a cruz se manifesta na minha vida e na vida da minha comunidade? Como
nós enfrentamos a cruz hoje?