Continua
muito presente no mundo, o pecado que foi introduzido pela própria humanidade
em sua história. Todavia, onde o pecado abundou, a Graça de Deus foi derramada
de forma abundante e portanto, é mais poderosa a presença e a ação libertadora
e analtecedora de Deus que vem sempre em nosso auxilio, mostrando-se como um
Deus que é amigo de humanidade.
Por isso, unidos à virgem Maria,
no magnificat (Lc 1,46-55), anunciamos todas as maravilhas que nosso Senhor
realizou e sempre continua realizando no meio da história de seu povo e por
isso, nós nos alegramos em seu amor e em sua misericórdia. Cristo deseja servir
os irmãos que sofrem por meio de nossa colaboração e por esse motivo, vem
sempre nos convidar por meio da voz de todos eles, através de suas histórias
repletas de beleza e dramas. É tarefa da Igreja, a partir de uma postura crente
e materna como a de Maria, se fazer presente na realidade de nossos povos,
contemplando em seus rostos sofredores e ressuscitados o rosto do Senhor Jesus
(EiA 45).
Para que isto aconteça, a Igreja
deve sempre se deixar interpelar numa atitude de abertura e acolhida. E nossa
ação do mundo tem sido interpelada pelos diversos rostos de nosso tempo. Somos
questionados pelos pobres, excluídos, desempregados, migrantes, pelos que não
têm onde morar, pelas vítimas da violência de grupos que se estabelecem em
nossas cidades por conta da deficiência da segurança, vítimas da violência da
própria polícia, pela juventude e pelas crianças drogadas e prostituídas.
Também pelos camponeses sem terra, pelos que buscam sobreviver nas redes da
economia informal, os povos indígenas, as mulheres de toda condição que têm
sofrido uma dupla exclusão em razão de sua situação econômica e de seu sexo.
Somos severamente questionados pelos
irmãos de outras comunidades cristãs, com quem começamos a orar juntos e a
colaborar, caminho para a unidade querida pelo Senhor; e também pelos irmãos de
outras confissões religiosas, com os quais está pendente o diálogo e a colaboração
mútua. Interrogam-nos também os agnósticos, os ateus e os indiferentes, que
vivem a pobreza de desconhecer a Deus em sua vida ou, sabendo dele, prescindem
de sua pessoa e de seu amor. Somos interpelados por
todos aqueles que estão carentes de esperanças e utopias pois observam
perplexos a derrocada de seus velhos sonhos de uma vida melhor.
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