A Palavra de Deus que se
fez carne, julga diariamente os que desejam se fazer palavra para o mundo! E
neste julgamento, os discípulos ficam calados ao serem interrogados por
perceberem a distância existente entre suas vidas e a de Jesus neste momento. Então
deste julgamento, o Senhor nos oferece mais uma lição: “Se alguém quer ser o
primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.”
À luz da vida do mestre que sempre foi entrega, o discipulado
é igualmente serviço a Deus e ao mundo inteiro! Sem espaço para pretensões ou
busca de vantagens oferecidas por este mundo. O final do Evangelho é a
apresentação de uma criança como modelo, mas como pode ser uma criatura tão
frágil e pequena, modelo do verdadeiro discípulo de Cristo? E a resposta será simples: pela mesma
fragilidade e dependência. Aquele que se faz pequeno, torna-se sinal do Cristo
que se fez igualmente pequeno e obediente até a morte (Fl 2,7-8)
A presença desta criança mostra aos
discípulos que a eles é necessária conversão, porque o jeito deles pensarem o
Reino era ainda muito terrestre e limitado. Porque nos planos divinos de
realização do Reino se encontra o sofrimento, o abandono, a morte e apenas
depois de tudo isso, a Glória da Ressurreição, tendo Jerusalém como ponto de
partida e de lá se estendendo a todo o mundo! Tal presença nos mostra ainda o
que nós somos diante de Jesus porque os mais frágeis e sofredores deste mundo
não tem como retribuir os benefícios que recebem do mesmo jeito que nenhum de
nós tem como retribuir toda doação de Deus que ao se fazer pobre, tornou-nos
ricos por sua pobreza, como bem nos ensina Santo Atanásio!
A
grandeza da Palavra se revela tão sublime a ponto de se rebaixar ao mais
extremo sem perder sua grandeza, mas ao contrário, dando dignidade ao que
abraça nesta sua descida! E se nós desejarmos, ao longo de nosso caminho,
servir a Cristo, é necessário que nos tornemos crianças, dependentes de Cristo,
de seu amor, da sua entrega, fortalecidos pela sua Palavra, uma Palavra humilde
que entrega a Deus todos os corações que a ela se abram!
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