quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Homilia para o dia 23 de setembro



Com este relato do Evangelho já estamos na segunda parte do Evangelho de Marcos. Se na primeira parte temos a demonstração de que Jesus é o Messias, agora na segunda parte está sendo trabalhada pelo Evangelista a afirmação de que este Jesus Messias é Deus! O desafio ainda será remodelar a definição que os Discípulos possuem acerca do ser Messias de Jesus.                                            
 Jesus inicia a sua jornada rumo a Jerusalém. Desde o episódio de Cesaréia de Filipe, ele tem evitado as multidões e toda a sua atenção se volta para a formação do seu grupo. A sua Palavra se volta especificamente para o real direcionamento do seu grupo. Assim como em todos os dois domingos anteriores, poderemos perceber neste Evangelho duas partes: a primeira parte é o segundo anúncio da Paixão. Por trás deste segundo anúncio sobre a sua Morte e Ressurreição, o Senhor nos revela o seu jeito de ser Messias em profundo contraste com a mentalidade gloriosa imaginada pelos seus discípulos.                                                                                                                                
  A segunda parte deste Evangelho se refere ao significado do discipulado. A Palavra de Cristo forma seus discípulos! A chave para se compreender o discipulado se encontra em Mc 3,14, o Senhor deseja formá-los, por isso deseja que fiquem com ele, mudem de lugar, convertam-se. O Evangelho de hoje ainda pode unir as duas partes que já apresentamos, sob a temática da perda da vida para ganhá-la definitivamente (Mc 8,35). Jesus é o exemplo daquilo que ele mesmo acaba de anunciar como Mestre. No Evangelho de Marcos encontramos três predições sobre a Morte e Ressurreição do Senhor e esta é a menos detalhada (Mc 8,31; 9,31 e 10,33). No lugar dos membros do Sinédrio ou Grande Conselho (anciões, chefes sacerdotais e escribas de 8,31 ou chefes sacerdotais e escribas para ser condenado à morte de 10,33), temos unicamente que será entregue nas mãos dos homens.                                            
 Somos colocados diante do Mistério da Palavra humilde, que para conhecer a ressurreição, precisa conhecer o aparente fracasso. Para se conhecer a eternidade é preciso que se assuma toda a aspereza e limitação desta vida. Em um mundo no qual todos desejam estabilidade e segurança, Jesus insiste no tema da entrega confiante a Deus e no desapego de si mesmo! Quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, vai salvá-la. Diante da Palavra de Deus que aceita a humilhação, o medo se apodera do grupo de Jesus, é o medo de quem não compreende. Mas o fato de não perguntar também é significativo por que pode significar a incapacidade de se deixar guiar pela Palavra e Deus. E a pergunta feita por Jesus em casa, demonstra que esta é a hipótese mais provável. Porque o anúncio da Morte e Ressurreição do Senhor tem que se chocar com o questionamento interno dos discípulos acerca de quem seria o maior!                                                                                                    

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