quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Homilia para o domingo 30 de setembro



O Evangelho de hoje coloca os discípulos de Jesus diante de um homem que expulsa demônios em nome de Jesus, mas que não pertence ao grupo dos doze. Esta presença de um exorcista de fora do grupo dos doze traz um duplo significado: primeiramente, o julgamento dos doze. E depois, o verdadeiro demônio a ser exorcizado. Sob o julgamento dos doze, vemos que o fator que leva o grupo a repreender quem está fora demonstra a compreensão limitada que eles tem da ação de Jesus. Creem que a ação de Cristo deve se resumir ao seu grupo, isto porque ainda são movidos por interesses egoístas. Por uma visão terrena e gloriosa do Reino de Deus e do Messianismo de Jesus. Neste sentido, a presença do homem desmascara diante de Jesus os sentimentos presentes no seu grupo que ainda precisa amadurecer bastante nos caminhos do Reino. E daqui, encontramos o verdadeiro demônio a ser exorcizado de nosso mundo.                           
 Não é possível aceitar o Reino de Deus e manter sentimentos e atitudes que divergem da proposta de Jesus. O demônio a ser exorcizado é o do comodismo nas situações nas quais nos encontramos, o da mentalidade fechada que não percebe o brilho de Deus agindo em todos os irmãos e irmãs. Por isso, a atitude de Jesus é a exigência de uma ruptura radical com os desenhos esquemáticos que moldaram este mundo. O discipulado é vigilância, atenção à palavra de Deus e exorcismo de tudo aquilo que em nós é conformidade com o egoísmo e intolerância presentes na nossa sociedade.                    
 O grande apelo de Jesus neste Evangelho para que não escandalizemos os pequeninos nos desafia a questionar a forma como temos lidado com todas as diferenças presentes neste mundo, como tem sido a nossa adesão à proposta de Jesus e nosso testemunho do Evangelho como sinal de vida e de esperança a todos, e de maneira especial os pequenos e pobres. Como agimos com aqueles que fracassaram em seus projetos de vida e como nossa comunidade tem acolhido a todos os que tiveram os sonhos e esperanças destroçados pelo orgulho e pelo egoísmo?                                            
 É necessário que nos perguntemos como temos agido também diante daqueles que tem uma fé não muito clara,  e que foram marcados negativamente pela dureza de coração de muitos daqueles que deveriam testemunhar a fé em Jesus. É preciso que o mundo encontre em nós o testemunho exato e claro acerca do Filho de Deus reerguido dos mortos como sinal de Esperança e Justiça. Estamos concluindo o mês de setembro, peçamos ao Senhor que a nossa Igreja a partir de nossa própria conversão tenha sempre os olhos abertos às necessidades e tenha na Palavra de Jesus seu pilar para continuar anunciando o mundo novo que brota da vitória do Senhor sobre os poderes do pecado e da morte!

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