O Evangelho
de hoje coloca os discípulos de Jesus diante de um homem que expulsa demônios
em nome de Jesus, mas que não pertence ao grupo dos doze. Esta presença de um
exorcista de fora do grupo dos doze traz um duplo significado: primeiramente, o
julgamento dos doze. E depois, o verdadeiro demônio a ser exorcizado. Sob o
julgamento dos doze, vemos que o fator que leva o grupo a repreender quem está
fora demonstra a compreensão limitada que eles tem da ação de Jesus. Creem que
a ação de Cristo deve se resumir ao seu grupo, isto porque ainda são movidos
por interesses egoístas. Por uma visão terrena e gloriosa do Reino de Deus e do
Messianismo de Jesus. Neste sentido, a presença do homem desmascara diante de
Jesus os sentimentos presentes no seu grupo que ainda precisa amadurecer
bastante nos caminhos do Reino. E daqui, encontramos o verdadeiro demônio a ser
exorcizado de nosso mundo.
Não
é possível aceitar o Reino de Deus e manter sentimentos e atitudes que divergem
da proposta de Jesus. O demônio a ser exorcizado é o do comodismo nas situações
nas quais nos encontramos, o da mentalidade fechada que não percebe o brilho de
Deus agindo em todos os irmãos e irmãs. Por isso, a atitude de Jesus é a
exigência de uma ruptura radical com os desenhos esquemáticos que moldaram este
mundo. O discipulado é vigilância, atenção à palavra de Deus e exorcismo de
tudo aquilo que em nós é conformidade com o egoísmo e intolerância presentes na
nossa sociedade.
O
grande apelo de Jesus neste Evangelho para que não escandalizemos os pequeninos
nos desafia a questionar a forma como temos lidado com todas as diferenças
presentes neste mundo, como tem sido a nossa adesão à proposta de Jesus e nosso
testemunho do Evangelho como sinal de vida e de esperança a todos, e de maneira
especial os pequenos e pobres. Como agimos com aqueles que fracassaram em seus
projetos de vida e como nossa comunidade tem acolhido a todos os que tiveram os
sonhos e esperanças destroçados pelo orgulho e pelo egoísmo?
É
necessário que nos perguntemos como temos agido também diante daqueles que tem
uma fé não muito clara, e que foram
marcados negativamente pela dureza de coração de muitos daqueles que deveriam
testemunhar a fé em Jesus. É preciso que o mundo encontre em nós o testemunho
exato e claro acerca do Filho de Deus reerguido dos mortos como sinal de
Esperança e Justiça. Estamos concluindo o mês de setembro, peçamos ao Senhor
que a nossa Igreja a partir de nossa própria conversão tenha sempre os olhos
abertos às necessidades e tenha na Palavra de Jesus seu pilar para continuar
anunciando o mundo novo que brota da vitória do Senhor sobre os poderes do
pecado e da morte!
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