O
Filho é apresentado ao mundo, por seu Pai como o VIVENTE. No ato desta
apresentação, Ele possui a total liberdade inerente à sua condição. Assim, a
liberdade expressa pelo Pai no que diz respeito ao ato de ressuscitar o Filho,
tem sua correspondência na liberdade com a qual o Filho, reerguido dentre os
mortos, mostra-se a si mesmo.
Aqui
se dá o decisivo na Revelação do Mistério Trinitário na Pessoa do Filho, posto
que sua liberdade apresenta a Pessoa do Pai, pois este tudo deu ao Filho ( Jo
5), e desta maneira é apresentada uma coincidência de liberdade entre o Pai e o Filho. Une-se aqui
obediência e liberdade posto que em extrema obediência, o Filho se deixou
ressuscitar pelo Pai e agora aceita que o Pai lhe dê a total liberdade de dispor
da vida (Jo 5,26), e o entronize como o possuidor do NOME diante do qual todo
joelho se dobre, nos céus, na terra e nos infernos. Este nome é expressão da
divindade do Filho, superação da distinção entre a condição de Servo e a de
Senhor.
Como conseqüência, fica claro que a renúncia à
condição divina e a adoção da condição de servo, com tudo o que esta imagem
comporta, não é uma diminuição daquilo que é a vida trinitária, mas manifestação
de Deus que pode chegar a se encarnar, morrer e ressuscitar em sentido absoluto.
Esta realidade acerca do Filho nos leva a entender a identificação presente no
Evangelho de João entre a exaltação e a glorificação tanto quando se refere à
cruz quanto à ressurreição. Essa unidade entre o Leão
vencedor e o cordeiro imolado ( Ap 5,6s) garante a não
contradição no fato de um morto e ressuscitado, o Filho, ter o poder de entregar
a vida e também de reavê-la. (Jo 10, 18; 2,19) e mediante este poder (Jo 11,25)
ressuscitar os mortos tanto nos contornos do tempo (Jo 12,1. 9.17), quanto no
final dos tempos (Jo 11,25). Pois o que obedece até a morte de cruz é obediente
ao mandato que recebeu por parte do Pai. Este poder se identifica com a missão
conferida pelo Pai e aceita pelo Filho.
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