Mas um ano termina, outro começa a chegar e com ele chegam também novos sonhos, planos, aspirações e desejos de fazer o mundo melhor. As ruas iluminadas, as casas decoradas, a troca de cartões e presentes nos contagiam. Há um clima diferente no ar que nos envolve e faz nosso lado melhor vir à tona. Gestos de ternura e perdão são espontâneos e votos de felicidades voam distâncias e cruzam mares para chegar aos corações.
Então é Natal! A esperança volta a brilhar nos horizontes, nos lares e na alma de cada um que se deixa contagiar pelo encanto desta época de paz, amor e luz. E é precisamente no contexto deste tempo que somos convidados a vivenciar o Mistério do nascimento de Cristo.
Acredito que quando celebramos o Natal algo diferente acontece dentro  de nós e nos contagia, inclinando-nos à mudança, à simplicidade e à  busca do essencial.
Lembro-me de que, quando eu era criança, gostava muito de  ouvir as histórias a respeito do nascimento de Cristo. Depois das  narrativas que sempre apresentavam diferentes versões, eu ficava  tentando entender, com minha ingênua razão, por que Deus, sendo assim  tão grande e podereso, foi nascer justamente em um lugar tão simples.  Fui crescendo no conhecimento e encontrando respostas para a questão,  mas a verdade é que elas não calam o meu coração. Não consigo ver o  presépio apenas como decoração de Natal. Principalmente porque suas  figuras nos falam e nos desafiam à construção de um mundo melhor.
No centro do presépio dois bracinhos de criança, que se abrem  em nossa direção, cheios de ternura e de paz, nos ensinam que é abrindo  os braços na direção do outro que construímos um feliz ano novo e uma  feliz vida nova. Discreto e sereno lá está também José, figura tão  importante no nascimento de Cristo. Homem simples, trabalhador, como  tantos entre nós. Dedicação, pureza, humildade e obediência a Deus movem  seu coração e conduzem suas atitudes. É com razão que padre Zezinho  afirma, em uma das suas inúmeras canções, que "O mundo seria bem melhor  se todo pai fosse José [...]". Ainda no presépio encontramos Maria  refletindo a serenidade, a luz e a paz de que a humanidade tanto  precisa. Sua ternura materna irradia e consola o coração de filhos  aflitos que a contemplam, buscando aprender com ela o jeito de  corresponder a Deus.
E quando vamos a caminho do presépio também nos deparamos com  os Reis Magos. Eles também nos ensinam, pois envolvidos pelo encanto do  Natal, trazem em suas mãos: ouro, incenso e mirra, ou seja, o que tinham  de melhor para oferecer. Certamente é próprio do tempo natalino  oferecermos ao outro aquilo que temos de melhor. Não falo de bens  materiais, aliás, os presentes de Natal só têm sentido se simbolisam o  amor que nos move a doá-los e nunca podem ocupar o centro das  celebrações. Natal é tempo de oferecer o que temos de melhor  sim, e o que temos de melhor habita dentro de nós, não se vende nem se  compra, só pode ser oferecido. Procuremos, portanto, oferecer  hoje nosso melhor sorriso, o abraço mais caloroso, a palavra mais afavel  e amemo-nos uns aos outros sem esperar nada em troca.
É tempo de nos deixarmos envolver pela eterna simplicidade,  alegria e pureza do presépio, expressas nos bracinhos abertos do Menino  Jesus. Assim, verdadeiramente o Natal estará acontecendo em nossa vida e  haverá paz na terra e em nossos corações!
Dijanira Silva
 

 
 
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