sábado, 13 de outubro de 2012

Fundamentação do ser cristão no mundo: Jesus, coração de Deus voltado para os pobres



A vida de Jesus é marcada também pelos choques contra as lideranças religiosas escandalizadas pelas atitudes do Nazareno. Para entendermos um pouco sobre as motivações farisaicas contra Jesus é importante conhecermos quem fazia parte de suas relações. E este conhecimento deverá repercutir na vida e atividades de seus discípulos, de sua Igreja.
Jesus nunca fez acepção de pessoas. Em seu grupo trazia pescadores e publicanos, entre os seus admiradores se encontravam até mesmo lideranças judaicas como Nicodemos e José de Arimatéia. Mas é claro que Jesus teve um apreço e cuidado preferencial pelos pobres, os fracos, os pecadores, as mulheres, os jovens, as crianças, os rejeitados. Este comportamento de Jesus deixa claro o quanto estas pessoas são importantes aos olhos de Deus. Desafiando também os mestres de seu tempo, Jesus inova ao admitir mulheres entre seus discípulos (Lc 8, 1-3). Aqui não se trata apenas de acolher mulheres em seu grupo e sim de dar a elas a oportunidade de exercer trabalhos importantes na comunidade, essa importância e valorização do elemento feminino se expressa no fato das mulheres serem as primeiras testemunhas da ressurreição (Jo 20, 1; Lc 24, 1ss). As atitudes de Jesus são expressões de sua confiança e esperança depositada em seus seguidores. Em relação aos pobres, Seu agir não é simplesmente assistência ou desencargo de consciência, mera filantropia. Trata-se de um resgate da dignidade, devolução da vida, da esperança, da alegria de viver e convocação ao protagonismo que transforma o mundo (Mc 6, 32-44).
Isso causa certamente um escândalo tanto para a mentalidade religiosa vigente em Seu tempo que afirmava a pureza, a prosperidade e bênção como realidades conjugadas quanto para a cultura que via  a mulher como submissa ao homem e proibida de participar das ações dentro do templo. Certamente hoje Jesus causaria o mesmo escândalo em lideranças religiosas que pregam a prosperidade como sinal do amor de Deus, fechando os olhos para o sofrimento e injustiça, anunciando o fim do sofrimento e que ao mesmo tempo, não tem respostas claras para os pobres e angustiados deste tempo. E também desafiaria aqueles que relativizam as mulheres, reduzindo-as a objeto de prazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário