A decisão do Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, de promulgar a lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo é "um passo atrás na construção da coesão social, ao contrariar um dos princípios mais consolidados das várias civilizações da humanidade", diz o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Pe. Manuel Morujão.
Numa declaração emitida nesta segunda-feira, 17, após o anúncio feito por Cavaco Silva, o padre sublinha que " no passado dia 13 de maio, em Fátima, o Papa Bento XVI relembrou que a família está fundada na união de amor entre um homem e uma mulher, e que protegê-la é um dos fatores fundamentais da construção do bem comum".
A Assembleia da República aprovou, em fevereiro, uma lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
O Presidente Cavaco Silva, anunciou a promulgação da lei, tendo proferido uma declaração na qual lamenta que "não tenha havido vontade política para alcançar um consenso partidário alargado sobre uma matéria de tão grande melindre".
"Face à grave crise que o País atravessa e aos complexos desafios que tem à sua frente, importa promover a união dos portugueses e não dividi-los, adaptar uma estratégia de compromisso e não de ruptura", assinalou.
Para Cavaco Silva, "as forças partidárias que aprovaram a lei não quiseram ponderar um princípio elementar da ação política numa sociedade plural: o de escolherem, dentre as várias soluções jurídicas, aquela que fosse susceptível de criar menos conflitualidade social ou aquela que pudesse ser aceita pelo maior número de cidadãos, fosse qual fosse a sua visão do mundo".
No mesmo sentido se pronunciou Dom Jorge Ortiga, presidente da CEP, lamentando que tenham sido colocadas de lado "outras soluções" para o casamento homossexual.
Em declarações à agência Lusa, o Arcebispo de Braga disse que deveriam ter sido adotadas outras soluções para a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo, ao invés da figura do casamento.
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