segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amizade verdadeira

As pessoas, muitas vezes, têm medo de deixar-se conduzir em vista de uma decepção que tiveram no decorrer da vida.
Em nossos dias, falar em amizades profundas soa como algo difícil de acontecer. Isso porque os relacionamentos entre as pessoas tornaram-se algo superficial, onde ninguém se compromete com nada. As pessoas, muitas vezes, têm medo de deixar-se conhecer, em vista de uma decepção que tiveram no decorrer da vida.
Realmente, quando nos deparamos com o fato de que alguém traiu nossa confiança, custa-nos acreditar que não ficaremos desapontados novamente. Pensamos assim: “Já aconteceu uma vez, com certeza, acontecerá de novo”. Porém, se nos prendemos unicamente às decepções que tivemos e não nos abrimos ao novo, que pode ser uma amizade, caímos no risco de ficarmos sozinhos, sem ninguém para compartilhar nossas alegrias, conquistas, e também, nossas tristezas. O ser humano é um ser social por natureza. Tem necessidade em estar com os outros. Entretanto, ele não deve se limitar a estar com os outros somente. Surge o convite em partilhar com outras pessoas parte daquilo que lhe é mais precioso: a sua vida. Se ele está disposto a viver esta realidade, encontrará uma promessa contida no livro de Eclesiástico: “Amigo fiel é uma poderosa proteção..” E de fato, isso acontece. Quantas vezes existiram pessoas que me livraram das mais distintas situações porque se importavam comigo. E por que isso ocorreu? Porque ousei em fazer amizades, mesmo sabendo que poderia me decepcionar.
Além disso, decepções sempre acontecerão quando se trata de ser humano, visto que ninguém é perfeito. Uma amizade profunda compreende bem isso e sabe acolher o outro, tanto com suas qualidades quanto com seus defeitos. Uma vez eu magoei alguém, mas a pessoa era importante para mim. Fui até ela e pedi perdão. Ela me respondeu assim: “Amar você unicamente quando me trata bem, é muito fácil. Preciso amar você até quando você me ofende”.

Há alguns motivos para não se deixar-se conhecer e ter amigos. Mas existem milhões para o fazermos.... Por que não ousar, mesmo que venha a sofrer? Com certeza, você encontrará muito mais alegrias do que tristezas. Tenho experimentado esta realidade e como me alegro em saber que tenho amigos de fé, que estão comigo para o que der e vier! Vejo nisso tudo a graça de Nosso Senhor que os coloca como anjos em nossos caminhos para nos ajudar a chegar até o céu.
Realmente, para alcançar uma amizade verdadeira, é necessário a decisão diária de querer morrer para si, para que o outro possa viver para Deus. Foi desta forma que santos como São Bento e Santa Escolástica, São João da Cruz e Santa Tereza D’ávila, São Francisco e Santa Clara viveram. Eles conseguiram compreender que uma amizade profunda leva as pessoas envolvidas a uma intimidade com Deus, visto que, se não é desta maneira, a amizade torna-se vazia, pois falta seu principal fundamento: Deus!

A amizade que estes santos tiveram era algo constituído em união com o Senhor, que fazia com que eles mergulhassem, a cada dia, os seus corações nos mistérios divinos, permitindo, assim, que eles fossem os primeiros a anunciarem com o testemunho de vida esta perfeita união de amigos e irmãos em Cristo.
Nisto encontramos o verdadeiro sentido das amizades profundas: levar exclusivamente, com o testemunho de vida, os mistérios divinos a cada coração que ainda não conhece os mistérios do Grande Rei e Salvador Jesus. É uma realidade fabulosa que está à disposição daqueles que decidem amar e permitem serem amados.

Mariana Rosa - Com. Canção Nova

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